Anões

Os Donos do Mundo

“Não se engane, parceiro. Pra mim, vocês não valem um peido!”

Imperador Bastion Dorrs III, regente do Império Anão.

Temidos por muitos e odiados por todos, nada foi tão destrutivo para Gandara desde a passagem de Mephisto quanto os anões; humanóides robustos de baixa estatura, musculosos e resistentes, mesmo após a idade avançada. Raramente ultrapassam 1,20m de altura. Os machos cultivam barbas compridas unidas por elos metálicos, cuidado semelhante ao que as fêmeas têm com os longos cabelos. Ambos tem preferência por roupas pesadas de couro e armaduras. 

A pele muda de cor de acordo com o clã, mas sempre possuem tons metálicos que variam do ferro ao ouro. Esta pele metalizada proporciona uma proteção mais efetiva ao corpo do anão do que as de outras espécies. Por sua origem subterrânea, são capazes de enxergar na escuridão completa com perfeição, com um porém: são incapazes de ver cores, enxergando o mundo em preto e branco mesmo em plena luz do dia.

Um anão sabe que eles dominam economicamente todo o mundo civilizado e não carregam nem um pouco de modéstia em relação a isto. Arrogantes, de humor instável e geralmente pouca paciência, cavaram sob o solo a riqueza que hoje sustenta um império. Ainda conservam a rudeza e os costumes que a raça cultivou ao longo dos milênios, mas os últimos dois séculos os transformaram em aristocratas ambiciosos. A riqueza é a meta final de todo o anão.

Anões (2 pontos)

Ver nas Trevas — povo naturalmente subterrâneo, anões são capazes de enxergar muito bem na escuridão. Todos recebem a vantagem Infravisão – de Sentidos Especiais, mas com uma desvantagem menor: eles também não conseguem identificar cores.

Resistência Anã — o corpo dos anões evoluiu para resistir ao cansaço físico e ao trabalho difícil nas minas no coração do mundo. Todos começam o jogo com um bônus de +2 em Resistência, afetando inclusive pontos de vida e magia.

Pele Metálica — a pele dos anões é rica em minérios diversos, sendo mais rígida do que a pele comum. Recebem +1 em Armadura.

Má Fama — anões são odiados em todo o mundo de Gandara por crimes contra a vida. Todos recebem a desvantagem Má Fama, sem receber pontos por ela.

Corpo Pesado —  a proteção metálica torna os anões lentos e desajeitados. Todos recebem um redutor de -2 em testes de Habilidade que envolvam iniciativa, fugas e perseguições.

Um pouco de história…

Antes da chegada de Mephisto, anões não passavam de lenda. Raríssimas aparições de membros da raça na superfície fizeram com que os homens não acreditassem completamente na existência deles. E de fato, a ideia de um povo feito de metal cavando nas profundezas do mundo soava absurda. Os elfos, porém, sabiam. Pois os conheceram antes de tudo ser como é hoje. E justamente por isso é que lutaram contra eles em mais de uma oportunidade.

Os anões foram os primeiros mortais. Criados pelo Forjador como mão de obra para moldar o mundo, coube a eles escavar os rios e erguer as montanhas. Em milênios de trabalho, ajudaram a formar as bases para os reinos dos povos que viriam habitar Gandara muito tempo depois. Quando o mundo estava enfim concluído, foram guiados para as profundezas onde poderiam trabalhar a rocha dali até o final dos tempos. Claro que, na ocasião, ninguém esperava que este dia realmente chegaria.

Quando os alicerces da realidade racharam sob as botas do Destruidor de Mundos, os anões abandonaram as minas e retornaram para consertar aquilo que consideravam seu por direito. E mesmo com a partida de Mephisto, continuaram lutando. Após meio século de batalhas, exterminaram o último dos elfos de Gandara. Os remanescentes, apenas alguns poucos milhares, se viram obrigados a resignar perante os exércitos das outras raças jovens, consideradas um pouco menos incômodas por eles. Aceitaram regressar ao próprio reino subterrâneo, assinando o Tratado do Aço.

Na época, pareceu uma boa ideia. O território élfico era fértil e inexplorado, apto a ser cultivado por uma multidão de colonos famintos. Porém, o mundo não deu sinais de melhora no último século e a descoberta do maquinário a vapor virou o jogo em favor dos anões: devido ao tratado, eles tinham por direito o monopólio de minério de ferro e carvão, além de metais preciosos e jóias, tornando-se a raça mais poderosa de toda Gandara.

Hoje estão espalhados em todos os reinos, comandando cidades industriais inteiras ou corporações fabris que empregam milhares de pessoas. Mas é no entorno da região que um dia foi o lar do Forjador que está a maior concentração deles: a Forja, capital do Império Anão. A cidade mais prodigiosa desta era.

Neste oásis no coração das Montanhas Douradas vivem os mais ricos dentre eles. Com salões luxuosos em mansões invejáveis, aristocratas anões planejam conspirações e maquinações em escala global enquanto abaixo dos próprios pés, novas fortunas em minério são extraídas diariamente. Em grande parte, com a força de trabalho de escravos orcs.

 A Cultura e a Sociedade Anã

Anões são muito mais do que uma pilha atarracada de músculos por debaixo de uma armadura pesada, coletes de couro, botons e capacetes de aço. Eles são a encarnação da obstinação. A melhor forma de incitar um anão a fazer qualquer coisa é tentar convencê-lo de que não é possível fazê-lo. 

Amam trabalho e cerveja. Forjar e esculpir para eles é o que os faz anões. Praticamente todos conhecem estes ofícios e mesmo o próprio Imperador dedica algum tempo em trabalhos braçais como escavar um túnel ou cavar um poço de vez em quando. Quando há casamentos (em geral, apenas entre membros de um mesmo clã) todos os convidados se reúnem e constroem (ou escavam) a casa do novo casal como presente.

Sempre se vestem com armaduras de guerra, boa parte uma herança de outros tempos. Como vivem muito (cerca de duzentos anos), quase todos não apenas participaram ativamente da guerra contra os elfos como também lutaram na batalha contra os demônios que chegaram com Mephisto. Assim, relíquias de combate são não apenas apreciadas como também motivo de orgulho e admiração. Os machos ainda costumam carregar machados consigo o tempo inteiro, enquanto anãs utilizam-se de maças ou espadas pelo mesmo motivo.

A busca por riqueza e poder é o que mais comumente leva um anão a se aventurar pelo mundo, seguido pela teimosia quase inabalável quando se trata de provar que está certo em relação a determinado assunto. Por estas e outras, é dito que a ética dos membros desta raça sempre estará muito abaixo de sua ambição e ganância.

Uma outra característica que chama a atenção para estes ilustres cidadãos de Gandara é a cor da pele. Variando de um dourado que lembra realmente o ouro até a fria prata ou o cobre, é difícil encontrar duas famílias anãs com a mesma tonalidade de tez. Aparentemente esta diferenciação é ainda hoje mantida, sendo que anões costumam unir os filhos apenas a outros membros do mesmo clã.

Kit de Personagem — Motoqueiro Anão 

Função: Tanque.

Exigências: Anão, Equipamento.

Rodando pelas estradas infinitas e desertos de Gandara vestidos em couro e aço, o Motoqueiro Anão é um justiceiro que vive de acordo com as próprias regras. Para ele, a liberdade se resume ao barulho dos motores e ao vento nas longas barbas. Enquanto existir vapor e briga, ele estará rodando. E pobre de quem ficar no caminho.

Irmãos de Cores: quando vários anões motoqueiros se juntam, a gangue inteira se beneficia. Quando luta junto com outros anões, você ganha um bônus de FA igual ao número de companheiros envolvidos no combate. O bônus máximo é igual a sua Habilidade.

Guerreiro da Estrada: você modificou sua moto para ficar mais invocada, com espinhos, escudos, correntes e engrenagens. Em regras, seu veículo sempre se encontra em um patamar de pontuação Equipamento acima do personagem. Contudo, o gasto de combustível (através de Munição Limitada) é dobrado.

Travar no Alvo: você luta melhor quando está sobre a moto! Pilotando, você é capaz de gastar PMs para ignorar a Habilidade do alvo no cálculo de FD. Para cada PM gasto, você ignora 1 ponto de Habilidade, e ele não tem direito a esquivas.